Mosteiro de Santa Marinha da Costa e o seu Colégio
D. Manuel, depois de ter desenvolvido, com mais intensidade, os centros culturais de Lisboa e Coimbra, apercebeu-se que o Norte e Sul também era Portugal, e, consequentemente, havia necessidade imperiosa de minimizar a ignorância dos povos.
Para esse efeito concebeu um plano exemplar, mas inacabado, pelas dificuldades, incompreensões e intigras. Assim, nesse plano. Além de confirmações e remodelações na Universidade de Lisboa, criou Colégios na Capital, em 1508 (09/11) e 1517 (10/07); em Braga, (1520 (10/11). Daqui se verifica que D. Manuel, além de querer reformar os estudos na Universidade apadrinhou a criação de Colégios e pretendeu estender o ensino ao Norte (Guimarães e Braga) e ao Sul ( Évora), fato relevante na cultura Portuguesa do séc. XVI, mas, infelizmente não totalmente realizado
Embora já existisse entre nós um polo cultural, a Colegiada, o MONARCA CRIOU O Colégio de Guimarães em 1512 (25/02), mas, como eram grandes as dificuldades, só em 1516 (16/04) o Duque D. Jaime propôs que o Mosteiro da Costa, do Padroado Real. Da ordem de Santo Agostinho, apenas com três clérigos, passasse para a ordem de S. Jerónimo.
O Duque de bragança impetrou Bula, por intermédio de D. João III, ao Papa Clemente VII. E a 2 de Março de 1526, o Papa, pela Bula “ Ad hoc nos dvina miseratio” transferiu o Mosteiro da Costa para a ordem dos Jerónimos.
Em Vila Viçosa, nos Paços do Duque D. Jaime, a 23 de Novembro de 1527, D. Sebastião Lopes, Prior de Santa Maria da Oliveira, juiz executor, ouvidas as partes preferiu a sentença.
Frei António de Lisboa, superior da Ordem dos Jerónimos, tomou posse do Mosteiro a 27 de Janeiro de 1528, sendo 1.º Prior “Frei Inocêncio de Évora” (23 de Junho de 1528)
D. João III em 1537, por motivos particulares, mudou o colégio de Penha Longa, Sintra e com ele o Reitor, Frei Diogo de Murça, doutorado em Lovaina, para a Costa.
Estava criada a pequena Universidade da Costa que iri ocupar posição cultural cimeira no período do renascimento.
De mau grado esta Universidade teve uma vida efémera, apenas de 1537 a 1553?, seguindo rumo a Coimbra.
BY A. Silva, in Boletim da Juni , n.º 9-10, ano 1991
|